Interessante a vontade de escrever novamente....
então, vou postar um momento de inspiração o qual sempre fez parte de mim....
e mais do que nunca, está presente....
O motivo pelo qual se aprende tanto cada vez que se lê O Pequeno Príncipe, na minha opinião, é que ele fala sobre a construção de relações que não são aquelas que comumente vivenciamos no mundo de hoje.
Não estou falando sobre vidas alheias. Estou falando de mim, de você e de quase todas as pessoas ao nosso redor. É incrível o quanto a gente é capaz de se distrair com detalhes e deixar que o mais importante se perca. É triste, triste demais!
“Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas”
É uma máxima simples. Somos responsáveis por aqueles com quem criamos laços. Mas por que?
Porque o nosso coração, quando cultivado, fica mais sensível a tudo o que vem daquela pessoa. Porque o que ela diz passa a ter um significado diferente, porque o que ela é passa a importar muito mais do que o que são os outros. Porque o carinho, as críticas, as vontades, as escolhas, as atenções, tudo isso passa a ser muito mais importante.
“A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas”
Não temos mais tempo de conhecer coisa alguma. Não dá para conceber isso! Quem não tem tempo de ir ao aniversário do amigo, quem não tem tempo pedir desculpa, quem não tem tempo de mandar um email, quem não tempo de tomar “aquela breja” com os amigos, quem não tem tempo de almoçar com a família, quem não tem tempo de pensar sobre o mundo, quem não tem tempo para amar, quem não tem tempo para lutar pelos seus ideais… será que tem tempo de viver?
Outra questão é disposição. Somos cada vez mais comodistas. Queremos bastante, lutamos pouco, realizamos menos ainda. Mas cativar requer disposição, precisamos ter atitude, iniciativa, prestar atenção! Precisamos gastar energia (e para isso precisamos ter energia para gastar).
Não dá, mesmo, para fazer tudo e ao mesmo momento. Mas não estou falando de grandiosas obras! Estou falando de atitudes que podem demorar alguns segundos, poucos minutos ou umas horas, no máximo. Será que o que ocupa o nosso tempo atualmente é mais importante (seja para a sobrevivência ou por alimento a alma) do que o que deixamos de fazer? Será que estamos gastando energia no que realmente vale a pena?
E, o mais importante, qual é a conseqüência destas nossas atitudes em relação às pessoas que cativamos? Obviamente elas nos perdoam. Foram cativadas. Mas o quanto será que estaremos afetando a sua crença em relação ao mundo, a amizade, ao quanto ela pode contar com você, ou quanto sua presença é real. É bom sonhar: mas viver os sonhos é melhor ainda. Nada substitui a presença, que às vezes se manifesta pela simples disponibilidade da outra pessoa em partilhar com você. Sim, quantas vezes temos corpos ao nosso lado e pessoas distantes, e quantas vezes temos corpos distantes e pessoas ao nosso lado?
Levo dentro de mim todas as pessoas que me são especiais. Mas a própria felicidade de carregá-las no coração contém, intrinsecamente, uma certa angústia pelas limitações diretas que me impedem de tê-las por perto.
Não quero deixar isso acontecer comigo. Não quero deixar de ter tempo ou energia para cuidar daqueles que cativei.
Muito menos daquela que é minha realidade hoje...
Mas as escolhas não dependem só de mim. Tentarei entender o momento e o contexto de cada um, e tenho consciência de que, às vezes, os caminhos levarão as pessoas para longe, sim. O problema é que essa consciência não faz doer menos.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
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Cara, às vezes pensando em nossas vidas, do redemoinho de encontros, idéias, fatos, verdades, laços, mentiras e paradigmas que rondam nossa existência é, por um momento, um caos, uma dúvida e uma angústia sem fim...
ResponderExcluirNo instante seguinte, é absolutamente o oposto, é a própria paz personificada em uma mente serena e pacífica, satisfeita e alegre; um ser humanos pleno.
O que fica de tudo isso disso? Absolutamente não estou certo pelo que pensar... O próprio ser humano parece não ser o mesmo em dois momentos diferentes... Mas a verdade é que o amor às pessoas que nos estão próximas e às quais consideramos é a única coisa que da sentido à existência, ao viver em um mundo tão instável e cheio de perguntas e com respostas tão movediças. Independentemente do que se passar, independente de retribuição ou reciprocidade... muitas vezes um único sorriso amigo, um único momento de alegria, vale mais que muitos anos, gastos procurando construir algo que queremos e colocamos como objetivos de nossas vidas. E sendo nós seres tão carentes e sociais, a solidão (não falo de momentos sozinho, falo que gente que não tem ninguém ao seu lado) é um veneno letal.
Lembra-me um pouco algo que aprendemos nas aulas de direito mesmo, no pensamente Kantiano, "tratar os outros como um fim em si mesmos, não como um meio."
Será que "os outros" podem ser um fim (um objetivo de vida, uma ideal que passamos a valorizar e buscar) para nossas vidas? Será que podemos inverter o quadro? Estudar, trabalhar, viver o dia a dia, muito mais pensando em amar aqueles que estão ao nosso redor, do que simplesmente pensarmos em satisfazer nossos objetivos exclusivamente individuais?
E esse amor... palavra difícil essa. Se buscar na fonte vai ver que é uma palavra de origem grega, com pelo menos três significados: filéo, eros e ágape. Fileo é o amor que definimos amizade. Eros é o amor sexual. Ágape é o amor “supremo” o amor de Deus, divino, sua maior expressão é o sacrifício pessoal em favor dos outros, por amor. Nesse ultimo, Jesus é então O CARA que ama mesmo, tendo se sacrificado por quem o odiava e pedindo perdão pelas atitudes deles.
Pequenas atitudes brother, grandes conseqüências. Sei que não me arrependo de ter “escolhido” amar alguém, de passar uma hora ou uma tarde com quem eu talvez nem tivesse tão empolgado com o programa em si, mas saber que isso satisfaria de certa forma alguma carência/necessidade da pessoa e fortaleceria os laços de amizade.
Reflexões... reflexões...
Grande abraço meu nobre.
nossa nao sabia que voce filosofava tanto!!! rs
ResponderExcluir"dô moral" kkk
nao tenho o que dizer sobre essa iniciativa...
Boa sorte!! rs
bjo bjo
Foi bom pra mim essa.
ResponderExcluir"...quantas vezes temos corpos distantes e pessoas ao nosso lado."
ResponderExcluirRealmente isso tudo me ajudou a ver ainda mais a vida de forma diferente... Obrigada pela amizade verdadeira! Te adoro amigo! Fique com Deus! Beijos, Lys.
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